2007...Almada...
A tarde era calma. Calma demais para o meu gosto.
Tivera de me deslocar até às próximas bombas pois a carroça não passara na escola. Logo vi que não iria ser um dia normal...
Após uma pseudo-meia hora de espera (se calhar não foi assim tanto daí a utilização da palavra pseudo), apanhei a próxima carroça para Cacilhas, local onde embarcaria numa velha barcaça de mercadorias para fugir aos caçadores de pandas, se ao menos soubessem que transportava embalagens ilegais de bambu talvez a minha sorte tivesse sido outra.
Dirigia-me para a grande azeitona, a capital da nossa nação...
Consciência: Estádio da Luz??
Eu: Isso também eu desejava. Mas referia-me à cidade de Lisboa no geral...incluindo as casas de banho no Campo Grande.
Mal entrei no autocarro notei que trazia um forte cheiro a catinga, ou como alguns lhe preferem chamar..."badum".
Bem la me enchi de coragem, e, respirando pela boca avancei até ao último banco sentando-me no segundo banco a contar da janela aseguir ao do meio.
A viagem decorrera sem quaisquer incidentes, o que se tornou deveras perturbante, algo cheirava mal...
Consciência: Hei, não fui eu!
Eu: Epah, cala-te! Deixa-me contar a história.
Não havia sinais de quaisquer caçadores de pandas, e a carroça, apesar de não estar completamente cheia, estava suspeitamente silenciosa.
Porém todas as minhas dúvidas acabariam quando chegasse ao Laranjeiro...
Consciência: Eu estava alerta.
Eu: Sim, eu sei, mas não foi suficiente.
Antes que pudesse tomar qualquer atitude de precaução, uma "gaja" com calças de fato de treino e com um top que ao invés dos normais deveria apenas mostrar o umbigo, o dela era a única coisa que tapava...o umbigo!
Consciência: 'Tristeza =S...eu a julgar que o cio era em Janeiro como os gatos...
Eu: Já ela me tinha fitado através do vidro e com aqueles olhos de criatura sibilante deu o seu golpe de misericórdia...algo a que o gonçalo gosta de chamar "beijinho bom" (quem já experimentou foi o jorge por isso se é "bom" perguntem-lhe a ele XD).
Consciência: Que vaca...muito provavelmente teria madalena no nome.
Eu: Desta vez estamos de acordo. Bem, mas a vaquinha tinha mesmo os "peitorais" todos à mostra o que explicou o facto de eu não ficar admirado com o comentário da amiga dela que passo a citar: "aquele velho estava a olhar po teu decote!" (pessoalmente, acho que o comentário certo seria "o velho não estava a olhar para a tua blusa!" só para terem uma noção da proporção das coisas).
Enfim, mal sabia eu o que estava para vir...
Para piorar o pesadelo ela entrou no autocarro...AI, NA CARROÇA...com a amiga e para abominar tudo ainda mais, os únicos lugares vagos na dita eram os dois lugares imediatamente ao meu lado sendo que a vaquinha se sentou mesmo ao meu lado.
Consciência: O pior veio aseguir...até rezei 3 Avé-Isas...
Eu: Pois...a otária foi a esfregar a perna na minha, a dar a cana toda, do Laranjeiro até Cacilhas...
Só que eu como não sou pessoa de armar peixeirada, a única coisa que tive coragem de fazer foi simplesmente afastar-me, porém a vaca nem por isso desistiu...mas ainda bem que o pesadelo durou pouco.
Meti-me na barcaça e fui ter a uma coisa enorme que anda debaixo do chão que deduzi logo ser o Metro, visto que a Simara está de baixa.
Antes de me reunir com a minha mãe que estava à minha espera para comprar-mos um fato para um tal de "baile de finalistas", que eu nem sequer conheço mas ja reparei que os pais não deviam gostar muito dele devido ao nome, para ser usado na sexta, pois macho que é macho...deixa tudo para a última da hora, aconteceu uma coisa que nunca esperei presenciar, porém não me arrependo nada...
Estava a subir as escadas do tal Metro quando começo a ouvir uns guinchos estranhíssimos. Perguntando-me o que era aquilo, deparei com uma mulher com ar deveras chocado e frustrado a entoar sons como se estivesse na ópera e visivelmente desiludida com ela própria por não conseguir dar aquele Sol sustenido.
Quanto maior era o falhanço, maior o tom de voz da mulher...
Consciência: E o que apreendemos hoje??...ups peço desculpa, "Aprendemos"?
Eu: Que não se deve cantar no metro sem pelo menos ter uma caneca??!
Consciência: Não, burro. Que quando somos vitimas de assanhadices a última coisa que devemos fazer é levantarmo-nos, senão ainda levamos um belo dum beliscão no rabiosque.
Eu: Às vezes não sei quem é mais seco se tu se eu...
Consciência: Isso é um bocado fútil...
Eu: XD portem-se...**[[]]